quinta-feira, 28 de junho de 2012


Nossa visão de TC

A Educação Patrimonial tem como meta preservar a história material e imaterial da sociedade. Seja uma cultura, um edifício, um lugar, busca-se compreender e resgatar a importância identitária para determinados indivíduos de um determinado Patrimônio Cultural. Sabe-se que a preservação do Patrimônio Histórico nasceu sob a supremacia do Poder Público, cuja memória oficial é excludente e celebrativa dos feitos dos ditos heróis nacionais (ORIÁ, PEREIRA, p. 6).

Hoje, porém, não se pode ser excludentes nem mesmo vale-se do oficial, visto que é comprovado por diversos estudiosos que os documentos oficiais nem sempre dizem a verdade sobre os fatos, lugares, objetos. Para resgatarmos a memória dos “invisíveis” nesta História, é necessário rever a concepção de cidadania – objetivando o direito a História conjunta a de outros diversos - e deve-se repensar a identidade arraigada através da eleição de bens culturais reveladores do passado e do presente que nos marcantes como sujeitos históricos e cidadãos plenos da construção das múltiplas memórias (ORIÁ, PEREIRA, p. 7).

Os Trabalhos de Campo permitem visualizar o cotidiano, todavia, sob um olhar assistido. Com eles pode-se perceber a ação dos patrimônios e (re)descobrir suas importâncias sociais. Para Gil e Almeida (p. 75, 2012), há uma íntima relação entre o caminhar e o morar, visto que os atos de passear a pé pelos espaços urbanos podem ser vistos como prolongamentos das relações que temos com as nossas moradias.

Então, ao cruzar uma mesma praça diversas vezes durante caminhadas semanais, geralmente não se observa que possui uma história – desde a sua construção a quem circula ou circulou por ela, quem mora ou morou ao redor e quais suas relações com os habitantes locais. Um simples caminhar permite ver as belezas naturais de um lugar, suas riquezas, bem como seus problemas lá arraigados. Ainda nota-se como o lugar é composto por uma heterogeneidade entre modos de vida, formas de morar, uso dos terrenos da cidade por várias atividades econômicas. (CARLOS, pg.22) O Trabalho de Campo permite, nesta concepção, perceber o que acontece em nossa volta, questionarmos as coisas ao olharmos para o nosso passado e para o presente para que se possa, enfim, ser cidadão e projetar um futuro mais adequado para todos.


CARLOS, Ana Fani Alessandri. A cidade. São Paulo, contexto, 1999.
ORIÁ, Ricardo; PEREIRA, Júnia Sales. Desafios teórico-metodológicos da relação educação e patrimônio.
ALMEIDA, Dóris Bittencourt; GIL, Carmem Zeli de Vargas. Práticas pedagógicas em História: espaço, tempo e corporeidade. Erechiim: Eldebra, 2012.

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