sexta-feira, 21 de setembro de 2012

SAÍDA DE CAMPO - Município de Porto alegre (01/09/2012)

Um novo olhar sobre o município de Porto Alegre

O sinal dá a ideia do tempo e do entendimento sobre tempo. O semáforo é o símbolo da cidade de hoje, do seu ritmo febricitante, dos signos que emitem ordem. Do tempo visto como sinônimo da pressa. De um tempo social diferencial construído por relações produtivistas. O decurso de tempo entre o “verde-amarelo-vermelho” marca o tempo da conversa, do relacionamento com o outro. Impõe o corre-corre, subtraindo do tempo a vida, no cotidiano do cidadão da grande cidade...o ritmo da cidade, esse tempo-duração, marca de tal modo a vida das pessoas que estas perdem a identificação com o lugar e com as outras pessoas.  (Carlos, 1999 p. 17-18)
Assim a autora acima, vai moldando a identidade e o tempo na cidade, onde passamos com os olhos apressados nos signos existentes e muitas vezes deixamos de fazer conexão com a nossa história. A proposta de ensino: Um novo olhar sobre o município de Porto Alegre irá fazer com que os alunos reflitam sobre o seu bairro, município, numa perspectiva de (re)conhecimento sobre o lugar.

PROPOSTA:

·         Apresentar aos alunos o seguinte vídeo:


·         Listar os lugares que compõem a música
·         Listar também outros lugares de Porto Alegre
·         Debater com a turma a caracterização e a identificação desses lugares para o município

·         Mostrar imagens diversas de Porto Alegre:







·         Questionar onde são estas fotos?
·         Por que de certa forma elas são “esquecidas” quando falamos em Porto Alegre?
·         Qual a diferença entre cidade e município?
·         Por que a música apresentada traz os lugares da cidade e não do município em um todo?
·         Existe alguma intenção quando selecionamos os cartões-postais?

·         Construir uma paródia sobre o seu município, destacando o seu bairro.






SAÍDA DE CAMPO – Vale do Rio Pardo (21/07/1012)

       No dia 21 de julho de 2012, realizou-se a segunda saída de campo dos alunos do curso de especialização EGH. As localidades visitadas foram os municípios de Rio Pardo e Santa Cruz, na região do Vale do Rio Pardo.  O objetivo da saída de campo foi observar o contraste entre as duas cidades, vizinhas e de formação muito parecida, seja na organização do espaço urbano, na forma de ver e valorizar a própria história ou mesmo nas relações econômicas com a região e com o mundo externo.

RIO PARDO


       Uma das cidades mais antigas do Rio Grande do Sul, a formação de Rio Pardo remonta o período colonial. A arquitetura de boa parte dos prédios, casas e igrejas (em relativo bom estado de conservação em sua maioria) salienta o estilo português clássico e o ar bucólico da cidade. Lá encontramos também a “primeira rua calçada no Rio Grande do Sul”, conhecida popularmente como “rua da ladeira” (datada de 1813). Passamos brevemente também pelo “Forte Jesus, Maria, José do Rio Pardo”, embrião que deu origem à vila de Rio Pardo em meados do século XVIII. O forte (que também já se chamou de “Fortaleza do Rio Pardo”) foi construído pelos portugueses em um ponto estratégico, próximo ao rio Jacuí, permitindo uma ampla visualização das redondezas, para se precaver das investidas de tropas espanholas. Por nunca ter sido tomado ou derrubado, o forte recebeu a alcunha de “Tranqueira Invicta”. Outro espaço digno de nota é o Centro de Memória de Rio Pardo, que ocupa o prédio (restaurado) onde havia a escola em que Getúlio Vargas estudou (motivo de claro e evidente orgulho para a população local).

       Entre espaços de memória e uma visão de certa forma nostálgica do passado, Rio Pardo (outrora o principal município do Vale) hoje é uma cidade de pequenas dimensões, atividade econômica bastante tímida e ares claramente interioranos. Trata-se do tipo de cidade de pouco movimento, onde você recebe “bom dia” de desconhecidos e onde todos os moradores, de uma forma ou outra, parecem se conhecer e têm alguma história para contar ao “povo da capital”.


SANTA CRUZ


Em claro contraste com Rio Pardo, o município vizinho de Santa Cruz (de forte colonização germânica), demonstra características de um pólo urbano e econômico da região.  De majoritária colonização germânica, a cidade de Santa Cruz possui algumas obras arquitetônicas notáveis, como a catedral da cidade – que lembra bastante o estilo gótico europeu. No “Morro da Cruz”, uma enorme cruz e um mirante com vista panorâmica da cidade tornam o espaço convidativo a turistas.  O TC contou com uma visita ao museu do tradicional Colégio Mauá, que contava com peças sortidas e algumas exposições temáticas sazonais.
       Diferentemente de Rio Pardo, Santa Cruz não possui ares lá muito interioranos. Tal como as grandes cidades, possui um forte contraste entre espaços mais “nobres” e a periferia local. A atividade econômica que define o município (e arredores) é o cultivo e beneficiamento do tabaco. Ali estão assentadas algumas das principais multinacionais da indústria tabagista e a esmagadora maioria dos proprietários rurais (pequenos e grandes) da região pratica o cultivo do tabaco. Estes produtores são representados pela AFUBRA (Associação dos Fumicultores do Brasil), cuja sede foi visitada durante o TC. Na AFUBRA, uma explanação sobre a entidade e suas atividades na região (assim como o histórico da associação) foi guiada por funcionários e lobistas da associação – que fizeram questão em seu discurso de deixar claro compreenderam os malefícios do fumo, mas defenderam com unhas e dentes a atividade em função de sua relevância econômica para a região e - em alguns momentos – chegaram a se apresentar como vítimas do Ministério da Saúde e suas políticas anti-fumo. Houve também uma breve visita ao setor “verde” da AFUBRA, uma pequena usina de produção de biodisel.